O que é a cafeína?
A cafeína é um estimulante encontrado em alguns alimentos como café, chá, bebidas energéticas, chocolate, além de suplementos como guaraná e cola. Supostamente, a suplementação aumenta o tempo até a exaustão, modula a fadiga central, reduz a percepção do esforço, melhora a agilidade e tomada de decisões, além de aumentar a atenção e o desempenho cognitivo.
Essa substância começou a ficar conhecida ao longo dos anos, e tornou-se um dos recursos ergogênicos mais utilizadas popularmente para melhorar o desempenho físico e cognitivo. Os praticantes de atividades físicas e atletas fazem o uso dessa substância de diversas formas, tais como: em soluções de eletrólitos com carboidratos, gomas, em cápsulas, barras, géis, dentre outros.
Como a cafeína age no organismo
Vários estudos propuseram múltiplos mecanismos para explicar os efeitos da suplementação de cafeína sobre desempenho esportivo, incluindo sua ação como antagonista do receptor de adenosina, modulação da atividade do sistema nervoso central (SNC), excitação do acoplamento de contração e recrutamento de unidades motoras. Além dos efeitos citados acima, há hipóteses de que a cafeína pode auxiliar na redução da fadiga por induzir sintomas psicofísicos. Ao elevar no sangue a concentração de catecolamina, ela aumenta a atividade glicolítica e melhora capacidade de produção de energia muscular.
Sabe-se que essa é a substância psicoativa mais frequentemente usada no esporte e foi observada para melhorar várias modalidades de exercícios. Os efeitos ergogênicos da cafeína são normalmente observados com doses orais entre 3 a 9 mg/ kg/massa corporal, com seu mecanismo mais comumente associado ao bloqueio dos locais receptores de adenosina e à um subsequente estímulo nervoso central.
Cinética e dosagem da cafeína
A cafeína é absorvida através do trato gastrointestinal e metabolizada pelo fígado. Cerca de 15 a 45 minutos após a ingestão, a concentração de CAF no sangue aumenta, com seu pico observado após (em média) 60 min (podendo variar entre 15–120 min). A meia-vida para a eliminação da CAF varia entre 2,5 e 10 h para doses inferior a 10 mg/kg.
Principais fontes alimentares de cafeína
PRODUTO | DOSE | CAFEÍNA |
Café expresso | 30ml | 75 mg |
Café coado | 240ml | 108 mg |
Café instantâneo | 240ml | 57 mg |
Energético | 250ml | 76 mg |
Matte | 250ml | 47 mg |
Chá verde | 240ml | 25 mg |
Refrigerante de cola | 350ml | 30 mg |
Refrigerante de guaraná | 350ml | 4 mg |
Chocolate amargo | 25g | 5 mg |
Fonte: CARDOSO & MARTINS. Interações Droga-Nutriente. 1998
Alimentação em esportes aeróbicos
Sabe-se que os esportes aeróbicos têm como principais características o uso de oxigênio para gerar energia, são exercícios de baixa a moderada intensidade, longa duração e utilizam o ATP por longos períodos. Alguns exemplos de esportes aeróbicos são a corrida, ciclismo e a natação.
É necessário entender os determinantes do rendimento aeróbico para traçar objetivos e organizar o planejamento alimentar do atleta. Algumas variáveis são importantes para serem levadas em consideração quando se trata do rendimento aeróbico, tais como o consumo máximo de oxigênio (VO2 max), os limiares relacionados à resposta do lactado sanguíneo ao exercício e também a eficiência muscular.
Qual a importância de uma alimentação adequada nesse contexto?
Adequar a oferta calórica é importante para auxiliar na melhora do desempenho e recuperação do atleta. Uma ingestão inadequada pode favorecer uma perda de peso não desejada, fadiga crônica, diminuição da performance, perda de massa muscular e resultados insatisfatórios em competições e treinos. A fase de treinamento em que o atleta se encontra é importante para definir os objetivos e metas que serão traçados tanto pelo treinador, quanto pelo nutricionista do esporte.
Atletas da mesma modalidade têm as mesmas necessidades nutricionais?
Além dos aspectos relacionados ao exercício, é importante o profissional da área realizar uma anamnese detalhada e uma avaliação física completa do atleta para entender quais são suas demandas individuais e assim realizar a prescrição adequada. Com isso, entende-se que as recomendações e diretrizes são utilizadas para auxiliar o profissional ao montar o plano para o atleta, mas é importante destacar que o fator individualidade deve ser levado em consideração sempre.