Para realizar a terapia nutricional, é necessário compreender o gasto energético do indivíduo. Para tanto, a calorimetria indireta é uma das ferramentas mais eficazes para monitorar o gasto energético, o que permite prescrições dietéticas mais seguras.
A Calorimetria Indireta é um teste não-invasivo que visa analisar o padrão metabólico, visando quantificação da taxa metabólica basal (TMB), contribuição de substratos energéticos diários e verificação do metabolismo (lento, normal ou rápido). Com essas informações individualizadas, é possível planejar a alimentação com um consumo calórico exato tanto para perda como para a manutenção do peso.
Esta avaliação consiste em:
- Anamnese
- Composição Corporal por Bioimpedância (Opcional) – (% gordura corporal, % massa muscular e massa muscular esquelética, % líquidos corporais, dentre outras informações)
- Análise metabólica em repouso
- Ajustes e confecção do laudo
O teste dura em torno de 1h.
Equações preditivas
As equações preditivas, utilizadas para estabelecer a energia estimada, possuem baixa precisão quando aplicadas a diferentes indivíduos. Dessa forma, é sugerido que, na ausência de calorimetria indireta, sejam usados os valores de VCO2 obtidos dos ventiladores de pacientes ventilados mecanicamente.
Na ausência da medição de VCO 2, o uso de equação simples com base no peso (20-25 kcal / kg / dia) deve ser preferido. O melhor resultado clínico que pode ser encontrado pelo uso da Calorimetria indireta na UTI é a nutrição ideal, evitando a subalimentação ou a superalimentação. Além disso, seu uso é facilitado na prática clínica já que é possível repetir as aferições e deve ser indicada para o monitoramento clínico, a fim de evitar desfechos como sepse, que leva ao desligamento metabólico.
Para que a aferição seja confiável, deve-se respeitar o passo-a-passo estabelecido pelo equipamento utilizado e a medição deve ser feita por um tempo de 15 a 30 minutos, sendo que se um estado estacionário for obtido após 15 minutos, não é necessário prolongar o teste.
PRÁTICA CLÍNICA
Segundo os autores, a calorimetria é o padrão ouro para a aferição do gasto energético, o que colabora para um tratamento personalizado. Esse método permite um ajuste na prescrição energética decorrentes de mudanças metabólicas relacionadas ao caso clínico. Logo, o uso da calorimetria indireta associado a um protocolo de alimentação é aconselhado quando possível e viável, para otimizar o cuidado nutricional dos pacientes.
Via: www.scienceplay.com.br